De acordo com Thiago de Almeida, psicólogo, pesquisador e especialista em relacionamentos amorosos, apesar do dia 12 de junho ser exatamente a véspera do dia de Santo Antônio, também conhecido pela fama de "casamenteiro", o fato do dia dos namorados ser em junho tem relação com a questão comercial - até então, esse era um mês de mercado pouco aquecido, considerado o mais fraco para o comércio.
"Para melhorar as vendas, um publicitário de nome João Dória, ligado à agência Standard Propaganda, lançou, a pedido da extinta loja Clipper, uma campanha para melhorar as vendas de junho. A campanha, com o apoio da Confederação do Comércio de São Paulo, consistiu na mudança do dia de São Valentim para o dia 12 de junho com o slogan: 'não é só de beijos que vive o amor'", relata o pesquisador.A campanha publicitária fez com que as vendas subissem consideravelmente. A data foi criada pelo comércio paulista e depois assumida por todo o comércio brasileiro para reproduzir o mesmo efeito que o dia de São Valentim tem no Hemisfério Norte e, é claro, incentivar a troca de presentes entre os enamorados.
ORIGEM
A origem do Dia dos Namorados está no século IV a.C., com a festa romana feita em homenagem ao deus Lubercus, o Festival de Lupercalia. Naquela época, o festival, que ocorria em fevereiro, servia para que a população pedisse proteção aos pastores e abundância nas colheitas. Contudo, durante a festa, havia um jarro de cerâmica com os nomes das moças da região para que os rapazes pudessem escolher quem seria a companheira para as festividades do dia e de outros eventos até o próximo ano. Alguns pares, em função da convivência e da proximidade, apaixonavam-se e acabavam se casando.
"Este festival durou cerca de 800 anos, porém foi alterado com o surgimento do cristianismo: ao invés dos nomes das moças, a Igreja Católica começou a usar os nomes dos santos. O deus homenageado também foi trocado. Lubercus era um deus pagão e, portanto, impróprio para a ideologia cristã. Foi em função disso que surgiu a ideia de santificar o presbítero Valentim", explica Almeida.Porém, a substituição não foi tranquila. Naquela época (aproximadamente no século II d.C.), o imperador romano Claudius não suportava e ideia de que São Valentim pudesse ser mais popular pregando a existência de apenas um Deus, pois, na visão dele, tal popularidade poderia tirá-lo do poder. Além disso, achava um desrespeito com os deuses romanos a ideia de haver um único Deus, e proibiu o casamento para que os soldados não sentissem saudades de casa. As pessoas que negavam o politeísmo, inclusive São Valentim, eram perseguidas, aprisionadas e torturadas.
Mesmo assim, havia aqueles que não concordavam com o imperador. "Os apaixonados encontraram refúgio no presbítero Valentim. Ele havia sido o único no Império que continuava a celebrar casamentos", conta Almeida. Mas, quando o imperador descobriu a audácia de Valentim, colocou-o na prisão. Contudo, mesmo encarcerado o presbítero continuou a realizar conversões e a louvar a Deus, o que levou Claudius a querer decapitá-lo.
Diz a lenda que, antes de morrer, no dia 14 de fevereiro de 269 d.C. (na véspera do Festival de Lupercalia), Valentim se disse apaixonado pela filha do guarda da prisão, que era cega. A moça levava refeições diariamente para os prisioneiros e foi ela quem recebeu a última carta de Valentim, que, ao se despedir, fez com que ela pudesse enxergar. Na carta de despedida estava assinado: "seu eterno Valentim" (frase que ainda é impressa em cartões do dia de São Valentim).
Fonte: terra
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