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18 julho, 2015
Aviador - Dos cockpits da força aérea americana para o seu guarda-roupa
Fãs do Maverick, exultai. É oficial, os roteiristas e produtores estão trabalhando na pré-produção do filme "Top Gun 2". Filme que imortalizou a essência da década de 80, aumentou o recrutamento militar, alavancou o então jovem Tom Cruise à fama, mas mais que isto, fez do clássico modelo da Bausch and Lomb, o Aviator, uma peça épica, e necessária no guarda-roupa de qualquer fashionista.
É razoável dizer que o modelo aviador é para a Bausch and Lomb o que a lamina de barbear é para a Gilette. Um marco, uma peça ferozmente disseminada e copiada. O modelo aviador alcançou a meca do mundo fashion, sobrevivendo bravamente (inclusive aos fatídicos anos Disco), se reinventando, e jamais se tornando uma peça cafona ou ultrapassada. Poucos óculos podem dizer o mesmo, e mais que isto, poucos itens podem estar no rosto de avôs e netos em uma mesma foto, e ficar bem em ambos!
A história por trás do modelo aviador é tão sensacional quanto seu design. A peça surgiu, como a maior parte das grandes invenções, de pura necessidade. Estamos nos anos 30, entre guerras, no ápice da primeira revolução da aviação militar. Os pilotos americanos estavam voando cada vez mais rápido e mais alto, desafiando leis da física. Jovens, idealistas e claro, bem treinados, estes rapazes passaram a voar com frequência cada vez maior, e por mais tempo. Os efeitos colaterais da exposição ao sol e mudança de temperatura em altitudes elevadas começaram a se fazer perceber, resultando em vista cansada, dores de cabeça e cansaço. Foi o General John MacCready da Força Área Americana que encomendou um óculos para proteger seus pilotos. A sacada da Bausch and Lomb (hoje conhecida como Ray Ban) foi desenhar um óculos leve, com lentes verdes em formato de lágrima que cobrissem toda extensão dos olhos, com curvatura firma atrás das orelhas, e proteção UV. Eis o porquê do nome "aviador". ou seja, feito para aviadores militares.
Das bases militares para o mundo, digamos que não foi um salto, mas imagine jovens pilotos, com horas de combate nas costas, após o expediente, andando com jaquetas de couro, cabelo raspado, e aquela cara de bravo, pelas ruas com o modelo ultra sexy e até então novidade que era o aviador? A associação do modelo à áurea das bases militares foi quase automática.
A Bausch and Lomb soube explorar muito bem seus produtos durante a Segunda Guerra (talvez tenha sido mera coincidência que o General Mc Arthur se encantou por seu modelo aviador e apareceu em cenas decisivas da Guerra com seu óculos), e em filmes hollywoodianos. O óculos passou a estar associado a homens lindos, transados e desejados. A Ray Ban começou a vender um estilo de vida, um misticismo que vai muito além do utilitarismo dos óculos e entra na esfera do desejo e do pertencimento. Quem nunca desejou ser o Maverick com seu clássico Ray-Ban Aviator 3025? Esta vontade de pertencer ao mundo da marca e tomar para si todos os valores que ela vende é tão intenso que um modelo assumidamente masculino encantou (e segue encantando) homes e mulheres com a mesma intensidade.
Hoje praticamente todas as marcas de óculos têm um modelo que presta homenagem direta ou indireta ao famoso "modelo aviador". Uma coisa é certa: o modelo fica bem em quase todo mundo, e é uma daquelas peças chave que devem morar no nosso guarda roupa. Se nos anos 30 já havia uma preocupação com a exposição solar, qual sua desculpa para não usar seu óculos de sol todos os dias? Óculos é bacana, pode seguir tendências da moda, inegavelmente nos dá aquele ar de mistério, mas acima de tudo é proteção.
Fonte: Chantal Goldfinger
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