Introdução:
Nos últimos
vinte anos a taxa bruta de mortalidade por conta do câncer de mama elevou-se a
68% apresentando a maior causa de óbitos por câncer na população feminina do
Brasil, que geralmente aparece na faixa etária entre os 40 e 69 anos.
Embora 80%
dos tumores podem ser identificados pela própria mulher quando apalpa suas
mamas, o que na maioria das vezes dificulta o tratamento clínico é que 50% dos casos são descobertos em
estágios avançados, o que gera às vezes um tratamento mutilaste.
Em seus
efeitos psicológicos, o câncer afeta a percepção da sexualidade e a imagem
pessoal que a mulher tem de si. O Instituto Nacional do Câncer acredita que o
auto-exame realizado pelas mulheres na região mamária faça parte de uma
educação que visa ao conhecimento do próprio corpo e de uma preocupação
positiva com a saúde feminina.
O que é
câncer de mama?
O câncer de mama
propriamente dito é um tumor maligno. Isso quer dizer que o câncer de mama é
originado por uma multiplicação exagerada e desordenada de células, que formam
um tumor. O tumor é chamado de maligno quando suas células tem a capacidade de
originar metástases, ou seja, invadir outras células sadias à sua volta. Se
estas células chamadas malignas caírem na circulação sangüínea, podem chegar a
outras partes do corpo, invadindo outras células sadias e originando novos
tumores.
Os tumores
benignos, não possuem essa capacidade.
A grande
maioria dos nódulos que aparecem nessa região é benigna, como os cistos e os
fibroamentos, que são totalmente tratáveis. Os tumores benignos não se
transformam em câncer. O câncer de mama é tratável em alguns casos, a chave da
sobrevivência ao câncer é a descoberta precoce, no inicio da formação do nódulo
e o tratamento imediato. Mesmo com o descobrimento precoce do câncer e
tratamento se aperfeiçoando cada dia mais em busca de “curas” mais duradouras e
eficazes contra o câncer, essa doença é a terceira maior causa de morte para
mulheres no EUA, A causa do câncer de
mama, até hoje não foi descoberta, menos comum, homens também podem desenvolver
a doença.
Algumas pessoas têm mais tendências a
desenvolver câncer, principalmente quando apresentam fatores como:
- Ter mãe ou
irmã com câncer de mama
- Nunca ter
tido filhos
- Ter tido o
primeiro filho após os 30 anos
- Histórico
de exposição a radiação
- Obesidade
- Fumar
- Terapia
hormonal
- Uso
excessivo do álcool
- Ferimentos
no seio
Sintomas
Na maioria
das vezes o primeiro sinal é um pequeno nódulo no seio, que normalmente é
indolor e pode crescer lenta ou rapidamente.
Outros
sintomas:
- Mudança de cor, reentrâncias, enrugamentos, ou elevações da pele em uma área
do seio.
- Uma mudança do tamanho ou formato do seio
- Secreção no bico do seio
- Um ou mais nódulos nas axilas
Prevenção
- Fazer um
auto-exame mensal
- Fazer
exame médico pelo menos uma vez ao ano
- Fazer uma
mamografia entre 35 a 39 anos de idade.
A partir
daí, após os 40 a cada 1 ou 2 anos, de acordo
com o programa recomendado pelo seu médico. A partir dos 50 anos, você
deve fazer uma mamografia a cada ano. Se você apresentar características de
alto risco de câncer de mama, você deve começar a fazer mamografias regulares
aos 35 anos ou menos.
Não ignore
um nódulo ou mudança na aparência ou sensação do seio. Lembre-se que o tumor
cancerígeno é normalmente indolor.
Auto-exame
Um dos
objetivos do auto-exame é causar na mulher um conhecimento mais detalhado e
profundo do seu corpo. Quanto mais as mulheres fizerem o auto-exame regular,
mais o câncer será constatado prematuramente. Como a mamografia e outras
tecnologias aperfeiçoam-se, o câncer tem sido detectado antes mesmo de sua
existência ser sentida ou suspeita. Detecção prematura aumenta grandemente as
chances de sobrevivência e facilitam o êxito do tratamento.
Entre as
técnicas para o auto-exame, uma das mais citadas é a que deve ser realizada em
frente de um espelho. Sem roupa, a mulher, antes do banho, posiciona-se em
frente do objeto e observa seus dois seios, primeiramente com os braços ao
longo do corpo e depois com suas mãos na cintura fazendo força nelas e, depois,
com as mãos atrás da cabeça, observando tamanho, posição, forma da pele, aréola
e mamilo, sendo que o controle precisa ser repetido com os braços levantados e
mantidos por detrás da cabeça da mulher. Nessa percepção, a mulher deve notar
qualquer alteração na superfície dos seios, como alguma depressão ou saliência
ou rugosidade. Ainda no espelho, os autores aconselham que ela pressione
suavemente o mamilo para verificar se dá saída de qualquer líquido. Deve notar
se o mamilo estiver para dentro como acontece com o umbigo e se não era assim
antes. A técnica também pode ser realizada de pé e deitada, onde a mulher
apalpará a região de seus seios com movimentos circulares.
Nas três
situações, o auto-exame precisa ser feito regularmente (alguns autores aconselham
a cada mês). Caso a mulher venha a notar qualquer alteração antes de seu
período de menstruação, precisa voltar a repetir o auto-exame mesmo depois
deste período. Caso a alteração persista, o aconselhado é procurar um médico e
esclarecer dúvidas. Com a vinda da menopausa, precisará ser definido um dia do
mês a se realizar o auto-exame sempre entre um intervalo de 30 dias.
Diagnostico
Lutamos diariamente para sobreviver a vários problemas e doença. Mas, alguns às
vezes não levam a sério o suficiente a prevenção para a maioria das doenças
mais perigosas. O câncer de mama continua a ser um grande mistério, a respeito
de sua causa e fatos que o originam, por isso, devemos ter mais cautela quanto
a aparecimento de qualquer nódulo no seio.
A avaliação
dos nódulos que aparecem podem ser através de:
- Uma mamografia
- Uma biópsia de agulha ou cirúrgica
- Exame
médico
Além de exames médicos, deve-se fazer o auto-exame mensalmente.
A
mamografia:
Entrou em vigor,
em 29 de abril de 2009, que todas as mulheres podem realizar a mamografia no
sistema Único de Saúde – SUS. Embora o auto-exame seja fundamental na saúde
feminina, é aconselhável que cada ano a mulher passe pela mamografia, que é
único exame que permite ao médico detectar alterações mínimas e revelar nódulos
que não serão perceptíveis através da palpação. A mamografia é um exame
simples, com aparelhos de Raios-X especialmente desenvolvidos para isso, onde a
mulher coloca os seios entre duas placas de acrílico, que irão comprimir um
pouco a mama. A compressão da mama é o requisito essencial para o sucesso do
exame, portanto, deve-se evitar o período anterior ao da menstruação, quando as
mamas ficam um pouco doloridas, o que causará certo incômodo na hora do exame. Recomenda-se
que ele seja feito aproximadamente uma semana após período menstrual. A titulo preventivo, esse
exame deverá ser eito anualmente a partir dos 50 anos, ou , se houver casos na
família, desde os 40 anos de idade. O exame não é prejudicial à saúde, sendo
que a radiação recebida é pouco maior do que a de uma radiografia dos pulmões.
A
biópsia:
Esse exame
consiste numa pequena cirurgia destinada a retirar um pedaço do nódulo
suspeito, ou mesmo o nódulo inteiro, para que seja analisado.
Se fizer uma biópsia de agulha (também camada de aspiração de agulha),
primeiramente será aplicada uma anestesia local para adormecer a área do seio
que será analisada. Então o médico insere uma agulha dentro d nódulo e retira o
fluido ou tecido dele. Se o fluido completar a agulha, o nódulo é um cisto de
fluido e não câncer. Remover o fluido também faz o nódulo desaparecer. O tecido
retirado pela agulha será examinado no laboratório.
Se fizer
biópsia cirúrgica, será aplicada uma anestesia local por seu médico que fará um
corte no seio e removerá nódulo. Este tecido será examinado através de um
microscópio. Um teste receptor de estrogênio (ER) poderá ser feito com a
amostra da biópsia para ver se os hormônios promoveram o crescimento do tecido
cancerígeno. Um nódulo linfático pode ser removido das axilas para que se
verifique se o câncer estendeu-se além do seio.
O
exame médico:
A cada seis
meses, a mulher deve se submeter a um exame de rotina com o ginecologista, que
se tiver alguma dúvida ou suspeita, deverá encaminhá-la ao mastologista, que é
um médico especializado em doenças das mamas.
O Instituto
Nacional do Câncer no Brasil recomenda que o auto-exame não deve substituir o
exame clínico de mama, que é realizado pelo médico especializado (geralmente o
ginecologista).
Tratamento
Ninguém permanece o mesmo depois da experiência do câncer.
Só quem viveu o terremoto emocional criado pela doença sabe o que é agarrar-se
a qualquer esperança na expectativa de uma segunda chance.
São varias as etapas e prescrições para cada tipo de câncer
e podem ser usadas associadas, conforme cada caso.
Cirurgia - A retirada do tumor cirurgicamente, normalmente
retirando, também, o seio.
Radioterapia - método
capaz de destruir células tumorais, empregando feixe de radiações ionizantes.
Quimioterapia - uso de drogas especificas para destruir as
células tumorais.
Nas ultimas décadas muitos medicamentos surgiram para
combater esta doença, que quando diagnosticada em sua fase inicial oferece
grandes chances de cura.
Em
muitas das pacientes que passaram da menopausa, o tratamento inclui, também,
hormonoterapia. Ela é empregada quando o tumor depende do estrógeno para
crescer.
O
remédio mais utilizado para reprimir a ação do hormônio sobre as células
malignas é o Tamoxifeno.
Mas
os inibidores de aromatase, drogas mais modernas que bloqueiam a enzima
responsável pela síntese do estrógeno, vêm demonstrando desempenho superior. Um
estudo internacional com 8 mil mulheres revelou que o risco de recorrência da
doença é 19% menor entre as que usam o Femara (letrozol), da Novartis, que nas tratadas com
TAMOXIFENO.
A
incidência de metástases em pontos distantes do organismo também foi reduzida
em 27% nas que receberam o remédio mais moderno.
O
Arimidex (anastrozol), da AstraZeneca, outro
inibidor de aromatase, tem resultados semelhantes quando comparado ao
medicamento-padrão: redução de 21% no risco de recorrência da doença e de 14%
no aparecimento de metástases.
''O
tamoxifeno ainda não é obsoleto, mas seu papel no tratamento do câncer de mama
deve ser cada vez mais limitado'',
explica Beat J. Thürlimann, do International Breast Cancer Study Group. O preço
determina quem vai se beneficiar dos avanços. Os inibidores de aromatase podem
custar oito vezes mais que o tamoxifeno, hoje vendido até como genérico.
Mudanças
no estilo de vida também combatem o reaparecimento da doença. Pela primeira vez
um estudo - do Los Angeles Biomedical Research Institute - comprovou que uma
dieta pobre em gordura (33 gramas ao dia) reduz em 24% o risco de recorrência
da doença em mulheres na pós-menopausa que tiveram tumor de mama extraído em
fase inicial e passaram pelo tratamento-padrão.
O
HERCEPTIN, da Roche, cuja designação
genérica é trastuzumab, é eficaz contra os cânceres da mama, na fase inicial de
evolução, tornados particularmente agressivos pela proteína HER2, que este
medicamento neutraliza.
Segundo os peritos, o Herceptin poderá ser o medicamento mais importante contra
esta doença desde o aparecimento do Tamoxifen, que veio revolucionar o tratamento
ao centrar os seus efeitos nas células cancerígenas, sem alterar as saudáveis.
O medicamento Herceptin reduziu em quase 50% o reaparecimento de casos de
câncer da mama, detectados na fase inicial, mas particularmente agressivos.
Infelizmente,
o grande complicador no combate a doença está no preço dos medicamentos. O
Herceptin, por exemplo, cada embalagem com um frasco multidose de 440mg de pó
concentrado de trastuzumab solução para infusão, custa atualmente (2010) R$
12.471,38 e não se encontra disponível
na rede publica.
Outro
complicador dos tratamentos
Cada
vez mais a abordagem do câncer envolve vários profissionais que nem sempre têm
a mesma opinião e não é raro ver pacientes transformados em reféns de uma
guerra de egos que pode pôr tudo a perder. Muitos médicos não estão preparados
para lidar com as próprias inseguranças ou com as de seus pacientes.
Pesquisa
da Fundação Lance Armstrong (o ciclista campeão que teve câncer de testículo)
com mil sobreviventes da doença revela que 70% deles consideram os médicos
incapazes de valorizar efeitos psicossociais relacionados à doença. Embora a
maioria dos pacientes tenha enfrentado depressão, medo de recaídas e perda de
libido, poucos oncologistas levaram esses problemas em consideração. ''Todo
câncer sobe para a cabeça'', diz o mineiro Maurício Lara, de 52 anos,
ex-assessor do ministro Luiz Gushiken, que descobriu um tumor na próstata no
ano passado e conta sua experiência no livro Com Todas as Letras (editora
Record). Encomendou uma pesquisa em Belo Horizonte com 60 pessoas de todos os
níveis socioculturais para entender que imagem os indivíduos saudáveis fazem da
doença. Encontrou muito estigma, como se a palavra câncer ainda fosse
impronunciável e sinônimo de morte.
Dez
mandamentos para evitar o câncer
1) Pare de fumar. O cigarro é
responsável por 30% dos casos de câncer
2) Alimente-se bem. Uma dieta saudável
reduz em 40% o risco de a doença surgir. Coma mais frutas, legumes e cereais e
menos carnes e alimentos gordurosos
3) Limite a ingestão de bebidas
alcoólicas. Não ultrapasse um ou dois drinques por dia
4) Pratique atividade física cinco vezes
por semana por pelo menos 30 minutos
5) Mulheres acima de 40 anos devem fazer
mamografia anualmente
6) O exame preventivo do câncer do colo
do útero (papanicolau) deve ser feito todos os anos
7) Depois dos 50 anos, homens e mulheres
devem realizar exames de detecção precoce de câncer de intestino
8) Homens acima de 50 anos devem passar
por exames preventivos do câncer de próstata
9) Evite a exposição prolongada ao sol.
Use filtro com protetor solar fator 15 ou superior
10) Examine regularmente a boca e a pele
e procure o médico em caso de alterações
Fonte: Cancer Free: The Comprehensive Cancer Prevention Program