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01 novembro, 2013

Na cena do crime: procurando provas e evidências

por Julia Layton - traduzido por HowStuffWorks Brasil

O objetivo da fase de coleta de provas é encontrar, reunir e preservar todas as evidências físicas úteis para reconstituir o crime e identificar o criminoso, fazendo com que ele seja trazido ao tribunal. As provas podem ser de toda ordem. Algumas provas típicas que o perito pode encontrar no local do crime incluem:
  • vestígios (resíduo de arma de fogo, resíduo de tinta, vidro quebrado, produtos químicos desconhecidos, drogas);
  • impressões digitais, pegadas e marcas de ferramentas;
  • fluidos corporais (sangue, esperma, saliva, vômito);
  • cabelo e pêlos;
  • armas ou evidências de seu uso (facas, revólveres, furos de bala, cartuchos);
  • documentos examinados (diários, bilhetes de suicídio, agendas telefônicas; também inclui documentos eletrônicos tais como secretárias eletrônicas e identificadores de chamadas).
Com as teorias do crime em mente, os peritos iniciam uma busca sistemática de evidências que possam incriminar, fazendo anotações meticulosas ao longo do processo. Se há um corpo no local, a investigação provavelmente começa por ele.

Examinando o corpo
O perito pode coletar evidências do corpo no local do crime ou aguardar até que o corpo chegue no necrotério. Em ambos os casos, o perito faz pelo menos um exame visual do corpo e da área próxima, tirando fotografias e detalhando as observações.

Antes de mover o corpo, o perito faz anotações de detalhes como:
  • se há manchas ou marcas na roupa;
  • se as roupas estão torcidas em uma determinada direção; em caso positivo, isto poderia indicar arrastamento;
  • se há contusões, cortes ou marcas pelo corpo, feridas causadas ao se defender, ferimentos, consistentes ou não, indicando a causa preliminar da morte;
  • se há alguma coisa faltando; se existe marca de sol onde deveria haver um relógio ou aliança;
  • se o sangue está presente em grandes quantidades, se a direção do fluxo segue as leis da gravidade; em caso negativo, o corpo pode ter sido movido;
  • se não há sangue na área em volta do corpo, isto condiz com a causa preliminar da morte? Em caso negativo, o corpo pode ter sido movido;
  • se, além do sangue, há outros fluidos corporais presentes além do sangue;
  • se há presença de insetos sobre o corpo; em caso positivo, o perito poderá chamar um entomologista forense a fim de descobrir há quanto tempo a pessoa morreu.
Após movimentar o corpo, ele realiza o mesmo exame no outro lado da vítima. Neste momento, ele pode medir a temperatura do corpo e a temperatura ambiente do lugar para determinar a hora estimada de morte (apesar de muitos cientistas forenses dizerem que a determinação da hora da morte é completamente imprecisa: o corpo humano é imprevisível e há muitas variáveis envolvidas). Ele também irá tirar as impressões digitais do falecido tanto no local do crime como no necrotério.

Uma vez que o perito documentou as condições do corpo e da área próxima, os técnicos embrulham-no em um pano branco, cobrem as mãos e os pés com sacos de papel e transportam-no ao necrotério para uma necrópsia. Estas precauções têm por objetivo a preservação de evidências na vítima. O perito geralmente participa da necrópsia, tirando fotografias adicionais ou gravando em vídeo e coletando outras evidências, especialmente amostras de tecido dos órgãos principais, para análise no laboratório criminal.

Examinando a cena
Há vários padrões de investigação disponíveis para assegurar a cobertura completa da cena e o uso eficiente dos recursos. Estes padrões podem incluir:









Enquanto está investigando a cena, o perito procura por detalhes como:
  • se as portas e janelas estão travadas ou não; abertas ou fechadas; se há sinais de entrada forçada, tais como marcas de ferramentas ou travas quebradas;
  • se a casa está arrumada; em caso negativo, tem-se a impressão de ter havido uma luta ou a vítima era desorganizada;
  • se há correspondência em algum lugar e se foi aberta;
  • se a cozinha está arrumada; se há alimentos parcialmente comidos; se a mesa está posta; em caso positivo, para quantas pessoas;
  • se há sinais de que houve uma festa, tais como garrafas ou copos vazios ou cinzeiros cheios;
  • se os cinzeiros estão cheios, que marcas de cigarros estão presentes e se há marcas de batom ou de dentes nas pontas de cigarros;
  • se há alguma coisa que parece estar fora do lugar: um copo com marcas de batom no apartamento de um homem ou o assento do vaso sanitário está levantado no apartamento de uma mulher; se há um sofá bloqueando uma porta;
  • se há lixo nas latas de lixo; se há alguma coisa anormal no meio do lixo; se o mersmo está na ordem cronológica correta em comparação às datas das correspondências e outros papéis; em caso negativo, alguém poderia estar procurando alguma coisa no lixo da vítima;
  • se os relógios mostram a hora certa;
  • se as toalhas do banheiro estão molhadas; se estão faltando; se há sinais de que alguma limpeza foi feita;
  • se o crime foi cometido com arma de fogo, quantos tiros foram disparados? O perito irá tentar encontrar a arma, as balas, as cápsulas e os furos provocados pelas balas;
  • se o crime foi uma facada, há alguma faca faltando na cozinha da vítima? Em caso positivo, o crime pode não ter sido premeditado;
  • se há pegadas nas telhas, no chão de madeira ou de linóleo ou na área externa do prédio;
  • se há marcas de pneu na entrada ou na área em volta do prédio;
  • se há respingos de sangue no chão, nas paredes ou no teto.
A real coleta de evidências físicas é um processo lento. Cada vez que um perito recolhe um item, ele deve imediatamente preservá-lo, etiquetá-lo e registrá-lo no registro da cena do crime. Diferentes tipos de provas podem ser coletadas tanto no local como no laboratório, dependendo das condições e recursos. O Sr. Clayton, por exemplo, nunca analisa as impressões digitais no local. Ele sempre as manda ao laboratório para que sejam analisadas em ambiente controlado. Na próxima seção, vamos falar sobre os métodos de coleta para os diferentes tipos de evidências.

Detalhes importantes
  • As cenas do crime são tridimensionais. Os peritos devem se lembrar de olhar para cima.
  • Se um perito acende uma lanterna sobre o solo em vários ângulos, mesmo quando há muita luz, ele irá criar novas sombras que podem revelar evidências.
  • É fácil recuperar o DNA das pontas dos cigarros.
Fonte: HSW

Veja também:  Na cena do crime: documentação
                   Coleta de provas

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