Os chimpanzés são nossos parentes mais próximos, e só ficaram famosos de verdade depois que Charles Darwin escreveu sobre eles, em 1859. Muito do que sabemos só foi descoberto recentemente, e várias concepções errôneas são propagadas por culpa de exageros e obras de ficção. Confira um pouco mais da nossa similaridade com eles:
10 – Número de espécies
Os chimpanzés são incorretamente chamados de macacos, mas eles estão na família dos grandes símios, assim como nós. Os outros da categoria são os orangotangos e os gorilas.
Existe apenas uma espécie de humano vivo no momento: o Homo sapiens. No passado, muitos cientistas tentaram argumentar que existiam várias espécies de humanos, adicionando que eles eram uma espécie superior.
Entretanto, hoje todos os humanos podem produzir crianças férteis, e por isso somos todos da mesma espécie. Os chimpanzés, por outro lado, estão divididos em duas: o Pan troglodytes (chimpanzé comum) e o Pan paniscus (bonobo, ou pigmeu). Eles são espécies completamente diferentes. Os humanos e os chimpanzés evoluíram de um ancestral comum, possivelmente o Sahelanthropus tchadensis, entre cinco e sete milhões de anos atrás. Apenas fósseis desse ancestral restam.
9 – DNA
Dizem comumente que humanos e chimpanzés dividem 99% do mesmo DNA. Comparações genéticas não são tão simples devido às repetições e mutações, mas uma estimativa melhor seria entre 85 e 95%. Isso pode soar impressionante, mas saiba que a maior parte do DNA é usado para funções celulares básicas, que todos os seres vivos dividem. Por exemplo, nós temos quase metade do mesmo DNA de uma banana, mas as pessoas não usam isso de exemplo! Então 95% não é tanto quanto parece de início. Os chimpanzés têm 48 cromossomos, dois a mais que os humanos. Pensa-se que isso acontece por que em um ancestral humano, dois pares de cromossomos se fundiram e formaram um apenas.
Um fato interessante é que os humanos têm as menores variações genéticas entre os animais, por isso o relacionamento entre parentes é perigoso. Mesmo dois humanos completamente sem parentesco são usualmente mais similares do que dois chimpanzés parentes.
8 – Tamanho do cérebro
O cérebro de um chimpanzé tem volume de 370 mililitros, na média. Em contraste, os humanos têm 1350 mililitros. Mesmo assim, o tamanho do cérebro não é um indicativo absoluto de inteligência. Houve ganhadores do Nobel com cérebros menores do que 900 ml, até 2000 ml. A estruturação e organização das várias partes do cérebro são melhores para determinar a inteligência. O cérebro humano tem uma superfície muito maior porque é muito mais enrugado do que os dos chimpanzés. Por isso, em conjunto com um lóbulo frontal relativamente maior, temos o luxo do pensamento abstrato e lógico.
7 – Sociabilidade
Os chimpanzés passam muito tempo socializando. Muito disso se resume a imitar os outros. Os animais jovens frequentemente brincam entre si, correndo atrás um do outro, assim como os pais com seus filhos. Sinais de afeto incluem abraços e beijos, feito entre chimpanzés de qualquer sexo ou idade.
Os chimpanzés estreitam as relações imitando os outros. Os humanos passam um tempo similar de sociabilização, mas conversando. Mesmo assim, muito do nosso tempo de fala é quase o mesmo do que as brincadeiras dos chimpanzés – motivo para melhorar a amizade. Os humanos também demonstram afetividade com o contato físico – comprimentos, abraços e beijos. Grupos sociais também refletem o tamanho do cérebro. Enquanto eles têm cerca de 50 amigos próximos, os humanos chegam a 150 e 200.
6 – Linguagem e expressões faciais
Os chimpanzés possuem uma linguagem complexa que depende do status social dos comunicadores. Eles se comunicam verbalmente usando uma variedade de urros, gritos, barulhos e outras vocalizações. Entretanto, a maior parte da comunicação é feita através de gestos e expressões faciais. A maioria delas – surpresa, pedidos, consolo – é a mesma dos humanos. Mas o humanos sorriem mostrando os dentes, o que para os chimpanzés e outros animais é um sinal de agressão ou perigo.
Grande parte da comunicação humana é feita com vocalizações. Os humanos, unicamente, têm cordas vocais complexas, o que permite uma grande variedade de sons, mas nos impede de beber e respirar simultaneamente, como os chimpanzés. Mas temos línguas e lábios muito musculares, permitindo uma boa manipulação da voz. Por isso temos queixos pontudos, ao invés de caídos – nossos músculos dos lábios estão ligados à parte inferior do queixo, ao contrário dos chimpanzés, que não têm esses músculos.
5 – Alimentação
Chimpanzés e humanos são ambos onívoros (comem plantas e carne). Humanos são mais carnívoros do que os chimpanzés, e têm intestinos mais refinados para a digestão da carne. Chimpanzés ocasionalmente caçam e matam outros mamíferos, geralmente macacos, mas no geral se restringem a frutas e algumas vezes insetos. Os homens dependem muito mais de carne – obtém vitamina B12 apenas com produtos animais. Baseado em nosso sistema digestivo e no estilo de vida de tribos, pensa-se que os humanos evoluíram para comer carne pelo menos uma vez por semana. Nós também temos a tendência de comer em refeições, ao invés de continuamente durante o dia, outro traço carnívoro. Isso pode ter surgido a partir do fato de que a carne só era disponível após uma caçada de sucesso, por isso era comida em grandes quantidades, mas sem frequência.
4 – Sexo
Os bonobos são conhecidos por seu apetite sexual. Os chimpanzés comuns podem ficar agressivos e violentos, mas os pigmeus neutralizam qualquer situação através do prazer sexual. Eles também demonstram afeição pela estimulação sexual. Os chimpanzés comuns não fazem sexo recreativo, e o ato geralmente não leva mais do que 10 a 15 segundos, geralmente enquanto comem ou fazem outra coisa. Amizade e ligações emocionais não influenciam na escolha, e uma fêmea geralmente o faz com vários machos, que às vezes esperam pacientemente por sua vez, em fila. Os humanos experimentam o prazer assim como os bonobos, mas o sexo geralmente requer muito mais tempo e proximidade. Ao contrário dos humanos, os chimpanzés não têm conceito de ciúmes ou competição, já que também não estabelecem relacionamentos longos.
3 – Andar ereto
Tanto os humanos quanto os chimpanzés conseguem andar como bípedes. Os chimpanzés o fazem frequentemente para enxergar mais longe, mas preferem se locomover em quatro patas. Os humanos andam eretos desde crianças, e possuem um corpo feito para isso. Os chimpanzés, que se inclinam durante o movimento, não precisam suportar o peso dos órgãos com a pélvis, e por isso possuem quadris mais amplos. Isso torna o parto muito mais fácil para eles. Os pés humanos têm uma disposição de dedos para frente, enquanto os chimpanzés possuem algo mais parecido com mãos. Eles as usam para escalar e engatinhar.
2 – Olhos
Os humanos têm o espaço ao redor da íris branco, enquanto os chimpanzés o têm marrom escuro. Nos humanos, o branco torna fácil dizer para onde estamos olhando – mas existem várias teorias para isso. Talvez seja uma adaptação para situações sociais complexas, onde é vantajoso saber para onde os outros estão olhando e pensando. Também pode ajudar em caçadas silenciosas, com comunicação visual. Ou talvez seja uma mutação genética sem propósito algum – o branco também está em alguns chimpanzés. Ambos podem ver em cores, ajudando a escolher frutas e plantas para comer, e possuem visão binocular – os olhos preferencialmente apontam para a mesma direção. Isso ajuda a enxergar em profundidade e é importante para caçar, ao invés de olhos laterais como dos coelhos, que ajudam a fugir de uma caçada.
1 – Uso de ferramentas
Por muitos anos, julgou-se que apenas os humanos usavam ferramentas. Mas observações da década de 60, de chimpanzés usando ferramentas pontudas para pescar, mudaram isso. Tanto os humanos quanto os chimpanzés conseguem modificar o ambiente para fabricar ferramentas importantes. Chimpanzés usam lanças, pedras, e até amassam folhas para formar uma pasta usada como esponja. Pensa-se que, como resultado de sermos bípedes, nossos membros frontais ficaram mais livres para usar ferramentas, e por isso fizemos disso uma arte.
Fonte: hypescience
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