09 abril, 2016

Arte Ebru

HISTÓRIA
A arte Ebru é o primeiro produto artístico do povo turco sobre a arte Islamica cuja filosofia muito profunda, relaciona a criação divina com a arte. Prova que a natureza é obra assinada do mesmo artista. A arte reproduz a vida em sua essência; na criação cuja forma mais bela enaltece a existência humana. Todo ser vivo é reproduzido na água quando se acrescenta pigmentos. É uma arte da eternidade. Nenhuma obra é produzida em série. Cada trabalho é único; dai a sua analogia com a criação. Alcorão 21-30

“Não vêem, acaso, os incrédulos, que os céus e a terra eram uma só massa, que desagregamos, e que criamos todos os seres vivos da água? Não crêem ainda?”


É basicamente a técnica de pintura sobre a água mais antiga que se tem noticia. Teve origem nos séculos IX e X, na região mais oriental do Médio Oriente, antes do período feudal otomano. Com a invasão Mongol, esta arte, juntamente com o povo Islâmico, migrou para o ocidente – atual Turquia – passando pela Pérsia de onde herdou o nome “Ebru”, significado de ser parecido com nuvem.

A relação físico-química da arte (ciência muito avançada para a época) utiliza métodos actuais num contexto muito antigo de produção. A tensão de superfície, a viscosidade, o efeito capilar dos líquidos (capacidade dos líquidos molharem em profundidade a superfície de objectos e de drenarem muito rapidamente para fendas finas, mesmo a uma altura contra a força da gravidade) e a flexibilidade, são métodos utilizados para se obter o efeito dinâmico e único da arte. Estes factores deitam abaixo a lenda de que a arte Ebru surgiu quando uma mulher lavava a roupa num rio e teve suas roupas desenhadas nas águas.

É uma filosofia de criação onde o aproveitamento dos recursos naturais é total; não há desperdício. A utilização de pigmentos naturais confere uma durabilidade impar á arte Ebru. Os exemplos mais antigos desta arte, datam do século XVI encontrados na biblioteca de Suleymaniye, e por ser uma arte perecível e natural, não encontramos materiais mais antigos.

A utilização do papel (originário na China) fez com que os europeus visem os otomanos como um povo místico que transformava mármore em papel. As correspondências diplomáticas e os livros sagrados eram confeccionados em papel com arte Ebru. Tanto na escrita sagrada como nos documentos oficiais, o espaço escrito deveria ser totalmente preenchido para se evitar falsificações e acréscimos na grafia. Eram documentos, livros únicos. Uma espécie de marca d’água antiga.

Nos séculos XIIIV e XIX, a técnica da arte Ebru passou a ser aceita como uma forma de pintura pelo meio artístico mundial. Istambul se tornou a capital da arte Ebru, titulo este mantido até os dias de hoje. Na França, Itália e Alemanha o papel com arte Ebru é conhecido como papel mármore dos turcos.






 Fonte: turquiaportugal








OBS.: No Brasil substituiu-se a resina, que é um material difícil de encontrar, por alga marinha batida no liquidificador e misturada a agua.


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