15 janeiro, 2014

Câncer de Mama


Introdução:

Nos últimos vinte anos a taxa bruta de mortalidade por conta do câncer de mama elevou-se a 68% apresentando a maior causa de óbitos por câncer na população feminina do Brasil, que geralmente aparece na faixa etária entre os 40 e 69 anos.
Embora 80% dos tumores podem ser identificados pela própria mulher quando apalpa suas mamas, o que na maioria das vezes dificulta o tratamento clínico  é que 50% dos casos são descobertos em estágios avançados, o que gera às vezes um tratamento mutilaste.

Em seus efeitos psicológicos, o câncer afeta a percepção da sexualidade e a imagem pessoal que a mulher tem de si. O Instituto Nacional do Câncer acredita que o auto-exame realizado pelas mulheres na região mamária faça parte de uma educação que visa ao conhecimento do próprio corpo e de uma preocupação positiva com a saúde feminina.

O que é câncer de mama?
O câncer de mama propriamente dito é um tumor maligno. Isso quer dizer que o câncer de mama é originado por uma multiplicação exagerada e desordenada de células, que formam um tumor. O tumor é chamado de maligno quando suas células tem a capacidade de originar metástases, ou seja, invadir outras células sadias à sua volta. Se estas células chamadas malignas caírem na circulação sangüínea, podem chegar a outras partes do corpo, invadindo outras células sadias e originando novos tumores.
Os tumores benignos, não possuem essa capacidade.
A grande maioria dos nódulos que aparecem nessa região é benigna, como os cistos e os fibroamentos, que são totalmente tratáveis. Os tumores benignos não se transformam em câncer. O câncer de mama é tratável em alguns casos, a chave da sobrevivência ao câncer é a descoberta precoce, no inicio da formação do nódulo e o tratamento imediato. Mesmo com o descobrimento precoce do câncer e tratamento se aperfeiçoando cada dia mais em busca de “curas” mais duradouras e eficazes contra o câncer, essa doença é a terceira maior causa de morte para mulheres no EUA,  A causa do câncer de mama, até hoje não foi descoberta, menos comum, homens também podem desenvolver a doença.
 Algumas pessoas têm mais tendências a desenvolver câncer, principalmente quando apresentam fatores como:
- Ter mãe ou irmã com câncer de mama
- Nunca ter tido filhos
- Ter tido o primeiro filho após os 30 anos
- Histórico de exposição a radiação
- Obesidade
- Fumar
- Terapia hormonal
- Uso excessivo do álcool
- Ferimentos no seio

Sintomas
Na maioria das vezes o primeiro sinal é um pequeno nódulo no seio, que normalmente é indolor e pode crescer lenta ou rapidamente.

Outros sintomas:
- Mudança de cor, reentrâncias, enrugamentos, ou elevações da pele em uma área do seio.
- Uma mudança do tamanho ou formato do seio
- Secreção no bico do seio
- Um ou mais nódulos nas axilas

Prevenção
- Fazer um auto-exame mensal
- Fazer exame médico pelo menos uma vez ao ano
- Fazer uma mamografia entre 35 a 39 anos de idade.

A partir daí, após os 40 a cada 1 ou 2 anos, de acordo  com o programa recomendado pelo seu médico. A partir dos 50 anos, você deve fazer uma mamografia a cada ano. Se você apresentar características de alto risco de câncer de mama, você deve começar a fazer mamografias regulares aos 35 anos ou menos.

Não ignore um nódulo ou mudança na aparência ou sensação do seio. Lembre-se que o tumor cancerígeno é normalmente indolor.

Auto-exame
Um dos objetivos do auto-exame é causar na mulher um conhecimento mais detalhado e profundo do seu corpo. Quanto mais as mulheres fizerem o auto-exame regular, mais o câncer será constatado prematuramente. Como a mamografia e outras tecnologias aperfeiçoam-se, o câncer tem sido detectado antes mesmo de sua existência ser sentida ou suspeita. Detecção prematura aumenta grandemente as chances de sobrevivência e facilitam o êxito do tratamento.
Entre as técnicas para o auto-exame, uma das mais citadas é a que deve ser realizada em frente de um espelho. Sem roupa, a mulher, antes do banho, posiciona-se em frente do objeto e observa seus dois seios, primeiramente com os braços ao longo do corpo e depois com suas mãos na cintura fazendo força nelas e, depois, com as mãos atrás da cabeça, observando tamanho, posição, forma da pele, aréola e mamilo, sendo que o controle precisa ser repetido com os braços levantados e mantidos por detrás da cabeça da mulher. Nessa percepção, a mulher deve notar qualquer alteração na superfície dos seios, como alguma depressão ou saliência ou rugosidade. Ainda no espelho, os autores aconselham que ela pressione suavemente o mamilo para verificar se dá saída de qualquer líquido. Deve notar se o mamilo estiver para dentro como acontece com o umbigo e se não era assim antes. A técnica também pode ser realizada de pé e deitada, onde a mulher apalpará a região de seus seios com movimentos circulares.

Nas três situações, o auto-exame precisa ser feito regularmente (alguns autores aconselham a cada mês). Caso a mulher venha a notar qualquer alteração antes de seu período de menstruação, precisa voltar a repetir o auto-exame mesmo depois deste período. Caso a alteração persista, o aconselhado é procurar um médico e esclarecer dúvidas. Com a vinda da menopausa, precisará ser definido um dia do mês a se realizar o auto-exame sempre entre um intervalo de 30 dias.


  
Diagnostico

Lutamos diariamente para sobreviver a vários problemas e doença. Mas, alguns às vezes não levam a sério o suficiente a prevenção para a maioria das doenças mais perigosas. O câncer de mama continua a ser um grande mistério, a respeito de sua causa e fatos que o originam, por isso, devemos ter mais cautela quanto a aparecimento de qualquer nódulo no seio.
A avaliação dos nódulos que aparecem podem ser através de:
- Uma mamografia
- Uma biópsia de agulha ou cirúrgica
- Exame médico
Além de exames médicos, deve-se fazer o auto-exame mensalmente.

A mamografia:
Entrou em vigor, em 29 de abril de 2009, que todas as mulheres podem realizar a mamografia no sistema Único de Saúde – SUS. Embora o auto-exame seja fundamental na saúde feminina, é aconselhável que cada ano a mulher passe pela mamografia, que é único exame que permite ao médico detectar alterações mínimas e revelar nódulos que não serão perceptíveis através da palpação. A mamografia é um exame simples, com aparelhos de Raios-X especialmente desenvolvidos para isso, onde a mulher coloca os seios entre duas placas de acrílico, que irão comprimir um pouco a mama. A compressão da mama é o requisito essencial para o sucesso do exame, portanto, deve-se evitar o período anterior ao da menstruação, quando as mamas ficam um pouco doloridas, o que causará certo incômodo na hora do exame. Recomenda-se que ele seja feito aproximadamente uma semana após  período menstrual. A titulo preventivo, esse exame deverá ser eito anualmente a partir dos 50 anos, ou , se houver casos na família, desde os 40 anos de idade. O exame não é prejudicial à saúde, sendo que a radiação recebida é pouco maior do que a de uma radiografia dos pulmões.

A biópsia:
Esse exame consiste numa pequena cirurgia destinada a retirar um pedaço do nódulo suspeito, ou mesmo o nódulo inteiro, para que seja analisado.
Se fizer uma biópsia de agulha (também camada de aspiração de agulha), primeiramente será aplicada uma anestesia local para adormecer a área do seio que será analisada. Então o médico insere uma agulha dentro d nódulo e retira o fluido ou tecido dele. Se o fluido completar a agulha, o nódulo é um cisto de fluido e não câncer. Remover o fluido também faz o nódulo desaparecer. O tecido retirado pela agulha será examinado no laboratório.

Se fizer biópsia cirúrgica, será aplicada uma anestesia local por seu médico que fará um corte no seio e removerá nódulo. Este tecido será examinado através de um microscópio. Um teste receptor de estrogênio (ER) poderá ser feito com a amostra da biópsia para ver se os hormônios promoveram o crescimento do tecido cancerígeno. Um nódulo linfático pode ser removido das axilas para que se verifique se o câncer estendeu-se além do seio.

O exame médico:
A cada seis meses, a mulher deve se submeter a um exame de rotina com o ginecologista, que se tiver alguma dúvida ou suspeita, deverá encaminhá-la ao mastologista, que é um médico especializado em doenças das mamas.
O Instituto Nacional do Câncer no Brasil recomenda que o auto-exame não deve substituir o exame clínico de mama, que é realizado pelo médico especializado (geralmente o ginecologista).

Tratamento

 

Ninguém permanece o mesmo depois da experiência do câncer. Só quem viveu o terremoto emocional criado pela doença sabe o que é agarrar-se a qualquer esperança na expectativa de uma segunda chance.

 

São varias as etapas e prescrições para cada tipo de câncer e podem ser usadas associadas, conforme cada caso.


Cirurgia - A retirada do tumor cirurgicamente, normalmente retirando, também, o seio.


Radioterapia - método capaz de destruir células tumorais, empregando feixe de radiações ionizantes.


Quimioterapia - uso de drogas especificas para destruir as células tumorais.

Nas ultimas décadas muitos medicamentos surgiram para combater esta doença, que quando diagnosticada em sua fase inicial oferece grandes chances de cura.

Em muitas das pacientes que passaram da menopausa, o tratamento inclui, também, hormonoterapia. Ela é empregada quando o tumor depende do estrógeno para crescer.

O remédio mais utilizado para reprimir a ação do hormônio sobre as células malignas é o Tamoxifeno.
Mas os inibidores de aromatase, drogas mais modernas que bloqueiam a enzima responsável pela síntese do estrógeno, vêm demonstrando desempenho superior. Um estudo internacional com 8 mil mulheres revelou que o risco de recorrência da doença é 19% menor entre as que usam o Femara (letrozol), da Novartis, que nas tratadas com TAMOXIFENO.
A incidência de metástases em pontos distantes do organismo também foi reduzida em 27% nas que receberam o remédio mais moderno.
O Arimidex (anastrozol), da AstraZeneca, outro inibidor de aromatase, tem resultados semelhantes quando comparado ao medicamento-padrão: redução de 21% no risco de recorrência da doença e de 14% no aparecimento de metástases.

''O tamoxifeno ainda não é obsoleto, mas seu papel no tratamento do câncer de mama deve ser cada vez mais limitado'', explica Beat J. Thürlimann, do International Breast Cancer Study Group. O preço determina quem vai se beneficiar dos avanços. Os inibidores de aromatase podem custar oito vezes mais que o tamoxifeno, hoje vendido até como genérico.
Mudanças no estilo de vida também combatem o reaparecimento da doença. Pela primeira vez um estudo - do Los Angeles Biomedical Research Institute - comprovou que uma dieta pobre em gordura (33 gramas ao dia) reduz em 24% o risco de recorrência da doença em mulheres na pós-menopausa que tiveram tumor de mama extraído em fase inicial e passaram pelo tratamento-padrão. 

O HERCEPTIN, da Roche, cuja designação genérica é trastuzumab, é eficaz contra os cânceres da mama, na fase inicial de evolução, tornados particularmente agressivos pela proteína HER2, que este medicamento neutraliza.

Segundo os peritos, o Herceptin poderá ser o medicamento mais importante contra esta doença desde o aparecimento do Tamoxifen, que veio revolucionar o tratamento ao centrar os seus efeitos nas células cancerígenas, sem alterar as saudáveis. O medicamento Herceptin reduziu em quase 50% o reaparecimento de casos de câncer da mama, detectados na fase inicial, mas particularmente agressivos.

Infelizmente, o grande complicador no combate a doença está no preço dos medicamentos. O Herceptin, por exemplo, cada embalagem com um frasco multidose de 440mg de pó concentrado de trastuzumab solução para infusão, custa atualmente (2010) R$ 12.471,38  e não se encontra disponível na rede publica.

Outro complicador dos tratamentos

Cada vez mais a abordagem do câncer envolve vários profissionais que nem sempre têm a mesma opinião e não é raro ver pacientes transformados em reféns de uma guerra de egos que pode pôr tudo a perder. Muitos médicos não estão preparados para lidar com as próprias inseguranças ou com as de seus pacientes.
Pesquisa da Fundação Lance Armstrong (o ciclista campeão que teve câncer de testículo) com mil sobreviventes da doença revela que 70% deles consideram os médicos incapazes de valorizar efeitos psicossociais relacionados à doença. Embora a maioria dos pacientes tenha enfrentado depressão, medo de recaídas e perda de libido, poucos oncologistas levaram esses problemas em consideração. ''Todo câncer sobe para a cabeça'', diz o mineiro Maurício Lara, de 52 anos, ex-assessor do ministro Luiz Gushiken, que descobriu um tumor na próstata no ano passado e conta sua experiência no livro Com Todas as Letras (editora Record). Encomendou uma pesquisa em Belo Horizonte com 60 pessoas de todos os níveis socioculturais para entender que imagem os indivíduos saudáveis fazem da doença. Encontrou muito estigma, como se a palavra câncer ainda fosse impronunciável e sinônimo de morte. 

Dez mandamentos para evitar o câncer


1) Pare de fumar. O cigarro é responsável por 30% dos casos de câncer

2) Alimente-se bem. Uma dieta saudável reduz em 40% o risco de a doença surgir. Coma mais frutas, legumes e cereais e menos carnes e alimentos gordurosos

3) Limite a ingestão de bebidas alcoólicas. Não ultrapasse um ou dois drinques por dia

4) Pratique atividade física cinco vezes por semana por pelo menos 30 minutos

5) Mulheres acima de 40 anos devem fazer mamografia anualmente

6) O exame preventivo do câncer do colo do útero (papanicolau) deve ser feito todos os anos

7) Depois dos 50 anos, homens e mulheres devem realizar exames de detecção precoce de câncer de intestino

8) Homens acima de 50 anos devem passar por exames preventivos do câncer de próstata

9) Evite a exposição prolongada ao sol. Use filtro com protetor solar fator 15 ou superior

10) Examine regularmente a boca e a pele e procure o médico em caso de alterações


Fonte: Cancer Free: The Comprehensive Cancer Prevention Program

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