27 outubro, 2013

As motivações dos seriais killers

por Shanna Freeman - traduzido por HowStuffWorks Brasil

Um dos aspectos mais estudados dos assassinatos em série é "por quê?". Várias teorias foram anunciadas como explicações em potencial. Mas "esclarecer como um serial killer é criado é como resolver um cubo mágico". Em outras palavras, não existe resposta. 

Vejamos então três teorias possíveis: negligência e abuso na infância, doença mental e danos cerebrais.

Negligência e abuso
Uma teoria gira em torno da negligência e do abuso sofridos por muitos serial killers quando crianças. Robert Ressler e Tom Shachtman descrevem um estudo conduzido pelo FBI, que incluiu entrevistas com dezenas de assassinos (a maioria deles serial killers). Em cada caso, eles descobriram "padrões similares de negligência infantil grave". Durante o desenvolvimento de uma criança, há períodos importantes durante os quais elas aprendem sobre o amor, a verdade, a empatia, e regras básicas para interagir com outros seres humanos. Se estes traços não são ensinados para a criança durante aquele período, pode ser que ela não os aprenda durante a vida.

Serial killers frequentemente sofreram abuso físico ou sexual quando crianças, ou testemunharam o abuso de membros da família. Este padrão de negligência e abuso, dizem alguns pesquisadores, leva serial killers a crescer sem a percepção de ninguém além deles mesmos. Mas ao mesmo tempo, muitas crianças crescem sofrendo negligência e abuso, mas não se tornam criminosos violentos ou serial killers.

A sanidade dos serial killers

Para algumas pessoas, a única maneira de explicar os assassinatos em série é dizer que os serial killers são "loucos". Alguns serial killers alegam "ser inocentes por razões de insanidade" como defesa, mas eles são todos "loucos" ou até mesmo mentalmente doentes? Segundo o Código Americano, uma defesa de insanidade significa que "no momento da execução dos atos que constituem o crime, o réu, como resultado de grave doença ou deficiência mental, não era capaz de avaliar com precisão a natureza e qualidade ou ilegalidade de seus atos." Doenças ou deficiências mentais não constituem defesa em outras circunstâncias.

Basicamente, um serial killer que se declara "inocente por razões de insanidade" deve provar que não sabia diferenciar o certo do errado no momento em que matou, mas pode ser difícil provar que ele realmente não entendia que seus atos resultariam na morte das vítimas. Apenas dois serial killers obtiveram sucesso ao alegar insanidade. John Douglas, que foi chefe por muito tempo da Unidade de Apoio Investigativo do FBI, acredita que os serial killers "compreendem bem o que significa a morte, e têm o poder de matar".


Alguns serial killers foram diagnosticados por psicólogos e psiquiatras como psicopatas. O termo oficial, definido pelo Manual de Diagnóstico e Padrão de Distúrbios Mentais quarta edição (DSM-IV), é distúrbio de personalidade anti-social (APD). Segundo o DSM-IV, uma pessoa com APD segue um padrão de "desprezo e violação dos direitos dos outros, que ocorre desde os 15 anos de idade". Este padrão inclui sete fatores (dos quais três devem ser atendidos para o diagnóstico), tais como "fracasso em se adaptar às normas sociais", "irritabilidade e agressividade" e "falta de remorso". Psicopatas não são loucos - eles distinguem, sim, o certo do errado. Mas este diagnóstico pode explicar seu comportamento durante os ciclos de assassinatos.



Dano cerebral

Alguns pesquisadores formaram a teoria de que os serial killers têm danos cerebrais ou outras anomalias que contribuem para seus atos. Danos a áreas como o lobo frontal, o hipotálamo, e o sistema límbico podem contribuir para agressão extrema, perda de controle, perda de julgamento e violência. Henry Lee Lucas, condenado por 11 assassinatos, tinha graves danos cerebrais nessas áreas, provavelmente resultado de abuso na infância, subnutrição e alcoolismo. Arthur Shawcross, outro que matou 11 pessoas, tinha vários danos cerebrais, incluindo duas fraturas no crânio. Na prisão, sofria de dores de cabeça e desmaiava com freqüência. Bobby Joe Long, condenado por nove assassinatos, disse: "Depois que eu morrer, vão abrir minha cabeça e descobrir que como dissemos, parte do meu cérebro está preta, seca, morta". 

Violência nos genes?

A maioria das pessoas tem dois cromossomos sexuais, XX (mulheres) ou XY (homens). Mas algumas pessoas têm um cromossomo Y a mais, e têm a síndrome de Klinefelter. Pessoas com esta doença são geralmente homens e têm níveis de testosterona mais baixos que homens XY. Alguns pesquisadores sugeriram que homens XYY são mais agressivos e têm mais chance de serem abusivos fisicamente. Descobriu-se que Arthur Shawcross era um homem XYY. A síndrome de Klinefelter ocorre em 1 entre 500 e 1 entre 1.000 nascimentos [fonte: Palomar College]. Portanto, ao passo em que pode ser um fator, certamente não pode ser o único fator determinante da constituição de um serial killer.

Alguns serial killers condenados

  • Gary Ridgway, o "Assassino de Green River", confessou o assassinato de quatro mulheres, todas elas prostitutas. Ridgway foi um assassino missionário. Em sua contestação, disse: "Odeio a maioria das prostitutas" .
  • Muitos dos casos que receberam mais publicidade foram de assassinos sexuais, incluindo Jeffrey Dahmer, Ted Bundy e John Wayne Gacy. Os três obtiveram prazer sexual na tortura e assassinato de suas vítimas.
  • David Berkowitz, o "Filho de Sam", era um assassino que buscava emoção e gostava da excitação de matar. Ele não tocou em nenhuma de suas 15 vítimas (seis das quais morreram, nove ficaram feridas), mas as seguiu e atirou nelas de longe.
Fonte: HSW

Veja também: O comportamento dos seriais killers
                  Como pegar um serial killer

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