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10 março, 2013
Quais exames inúteis seu médico está solicitando?
Às vezes, os médicos são os principais responsáveis por pedir exames ou sugerir tratamentos desnecessários. Para economizar tempo e dinheiro, nove grandes grupos médicos, cada qual de uma especialidade, elaboraram uma lista.
Nela constam cinco exames e/ou tratamentos que poderiam ser evitados, sem retirar qualquer benefício médico dos pacientes. A iniciativa foi uma ideia de Howard Brody.
Depois de meses de análises por parte de comitês de especialistas, as nove primeiras especialidades a terem suas listas estabelecidas foram cardiologia, cardiologia nuclear, oncologia, radiologia, nefrologia, gastroenterologia, medicina de família, medicina geral e alergologia.
A importância dessas listas reside no fato de que tratamentos desnecessários podem acarretar péssimas consequências para a saúde do paciente, que, por exemplo, é exposto em excesso à radiação ou toma remédios além da conta.
Confira as listas!
Alergologia
Exames de imunoglobulina G (IgG) e uma bateria indiscriminada de testes de imunoglobulina E (IgE) devem ser evitados.
Não peça tomografia computadorizada da cavidade nasal e não prescreva antibióticos para rinossinusite aguda sem complicações.
Não faça testes diários de diagnóstico em pacientes com urticária crônica.
Em casos de infecção, não recomende a reposição de imunoglobulina, a menos que haja resposta dos anticorpos às vacinas terapêuticas.
Não diagnostique asma sem fazer espirometria.
Medicina de família
Caso sinta dores nas costas, não faça raio-X da região nas primeiras seis semanas, a menos que existam fatores de risco.
Não prescreva antibióticos para sinusite fraca ou moderada, a não ser que os sintomas durem sete dias ou mais, ou a menos que os sintomas piorem depois de uma pequena melhora clínica.
Não faça absorciometria de raios-X de dupla energia para casos de osteoporose em mulheres abaixo de 65 anos ou em homens abaixo de 70, sem fatores de risco.
Não peça eletrocardiogramas anualmente ou qualquer outro exame cardíaco para pacientes com baixo risco e sem sintomas.
Não faça o teste de Papanicolau em mulheres que tenham menos de 21 anos ou em mulheres que fizeram histerectomia por doenças não relacionadas a cânceres.
Cardiologia
Não faça exames cardíacos que possam ser estressantes ou não invasivos na avaliação inicial de pacientes sem sintomas cardíacos, a não ser que existam fatores de alto risco.
Não realize exames cardíacos que possam ser estressantes ou não invasivos em pacientes assintomáticos.
Não faça exames cardíacos que possam ser estressantes ou não invasivos, como uma avaliação de pré-operatório, em pacientes programados para passar por cirurgias não cardíacas de baixo risco.
Não faça ecocardiogramas como se fosse um exame de rotina para doenças assintomáticas de válvula nativa em pacientes adultos com nenhuma mudança dos sintomas.
Não faça colocação de stent de lesões não culprit durante angioplastia coronária para enfartos estáveis e sem complicações do tipo STEMI.
Medicina geral
Não realize eletrocardiograma em indivíduos assintomáticos e com baixo risco para doenças coronárias.
Não faça exames de imagens em pacientes com dores lombares não específicas.
Na avaliação de síncope simples (desmaio) e na avaliação neurológica normal, não realize tomografias computadorizadas ou ressonância magnética.
Em pacientes com baixa probabilidade de tromboembolismo venoso, obtenha a medida de D-dímero como um teste de diagnóstico inicial; não faça imagens computadorizadas como parte desse diagnóstico inicial.
Não realize radiografias pré-operatórias do peito na ausência de suspeita clínica de patologia intratoráxica.
Radiologia
Não faça exames computadorizados para dores de cabeça simples.
Não realize exames computadorizados para suspeita de embolia pulmonar sem probabilidade moderada ou alta (pré testada).
Evite raios-X do peito para pré-operatórios para pacientes ambulatoriais com histórico clínico e exames físicos normais.
Não faça tomografia computadorizada para avaliar suspeitas de apendicite em crianças até que o ultrassom seja considerado uma opção.
Não recomende exames computadorizados para cistos anexiais sem maiores perigos clínicos.
Gastroenterologia
Para tratamento farmacológico de pacientes com refluxo gastroesofágico, a terapia de supressão ácida deveria ser administrada na menor dose necessária, para atingir os objetivos terapêuticos.
Não repita imageamento para câncer colorretal (seja qual for o método) por 10 anos, depois de uma colonoscopia de alta qualidade ter dado negativo em indivíduos que tenham o fator de risco da idade.
Não repita colonoscopia por pelo menos cinco anos para pacientes que tenham um ou dois pólipos adenomatosos pequenos (menor que 1 centímetro), sem displasia.
Para o paciente que é diagnosticado com o esôfago de Barrett e que já fez duas endoscopias, que confirmam a ausência de displasia na biópsia, um exame de vigilância posterior não precisa ser feito em um período menor que três anos.
Para um paciente com síndrome da dor abdominal funcional, a tomografia computadorizada não deve ser repetida, a menos que haja mudança no quadro clínico.
Oncologia clínica
Não utilize terapias direcionadas ao câncer para pacientes com tumores sólidos e com as seguintes características: status de desempenho baixo (3 ou 4), nenhuma melhora de intervenções anteriores, não elegíveis para interferência cirúrgica e sem evidências clínicas de que tratamentos contra a doença poderão funcionar.
Não faça tomografia computadorizada, tomografia emissora de pósitron ou scan de radionuclídeo dos ossos, em níveis iniciais de câncer de próstata, com baixo risco de metástase.
Não faça tomografia computadorizada, tomografia emissora de pósitron ou scan de radionuclídeo dos ossos, em níveis iniciais de câncer de mama, com baixo risco de metástase.
Não realize testes com biomarcadores ou imageamentos para indivíduos assintomáticos, que trataram câncer de mama com terapia curativa.
Não use estimuladores das células brancas para prevenção primária ou neutropenia febril para pacientes com menos de 20% de risco de complicações.
Nefrologia
Não realize imageamentos rotineiros para detectar câncer em pacientes dialisados, que tem expectativas de vida limitadas sem qualquer sinal ou sintoma.
Não administre agentes estimulantes de eritropoiesis em pacientes com doença renal crônica, em que os níveis de hemoglobina sejam maiores ou iguais a 10g/L e que não tenham sintomas de anemia.
Evite drogas anti-inflamatórias não esteroidais em indivíduos com hipertensão e outras doenças cardíacas.
Não coloque cateteres centrais de inserção periférica em pacientes com doença renal crônica (do estágio III ao V), sem consultar um nefrologista.
Não inicie diálise crônica sem se assegurar que a decisão foi tomada em conjunto pelo paciente, sua família e seus médicos.
Cardiologia nuclear
Não faça imageamentos cardíacos ou angioplastia coronária em pacientes sem sintomas cardíacos, a não ser que tenham fatores de alto risco.
Não faça imageamentos cardíacos para pacientes com baixo risco.
Não realize imageamentos de radionuclídeos como parte de exames de rotina em pacientes assintomáticos.
Não faça imageamentos cardíacos, como avaliação pré-operatória, em pacientes que passarão por cirurgias não cardíacas de risco baixo ou intermediário.
Use métodos para reduzir a exposição à radiação em imageamentos cardíacos sempre que possível. [TheNewYorkTimes]
Fonte: hypescience.com
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